quarta-feira, 26 de novembro de 2008

e disseram pro Paulinho, fale-nos sobre o amor...

...e Paulinho acordou e disse:

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim que o amor se manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado, modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile.
Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta?
O amor é desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre um desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar em linha reta ele nos oferece seus oceanos e mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não. Não podemos subestimar o amor.
Não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor, é minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve, o amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha, e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida.
O amor grita seu silêncio e nos dá a sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos alimento preferido do amor se estivemos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço e é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo.
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

Paulinho Moska


Juuuro que depois desse vou parar com minha pieguice romântica.
Mas é que esse texto é muito lindo!

3 comentários:

  1. olha...
    eu odeio esse cara e a gente sabe disso.
    desde muito antes do aeroporto, imagina depois...
    mas é o q disse.
    cansei.
    preciso parar. respirar.
    e deve ter algum verbo ideal para não pensar.
    esperemos, pois.
    mesmo não sabendo.

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  2. Oi,linda
    Primeiramnete parabéns pelo novo cabeçalho:Lindooo! Não muda mais,pois está belíssimo!
    É!!..eu acho que o amor deve ser tudo isso que o Paulinho diz...Mas que a vida só existe quando o amor navega,tenho certeza!!
    Beijo

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