sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

e o que disserem...


aí que toda tarde ela dava um banho na criança e ficava no portão esperando o marido voltar do trabalho.
e ela não trabalhava mais ou trabalhava bem pouco, porque mulher dele não trabalhava fora.
e ela testava toda sua capacidade de esposa e mãe.
e esperava que ele voltasse pra casa com a criança no portão.
e ele voltava com o uniforme azul...
e a criança ficava feliz.
e ela se acomodava.
até que ele morreu...
e um tempo depois ela, tentando respirar, deu um banho na criança e foi ao portão.
e passou alguém de uniforme azul.
e a criança chamou pelo pai...
e o pai não olhou...
e o pai não respondeu...
e o pai não voltou.
e isso doeu nela.
e a criança chorou..
e isso doeu ainda mais nela.

e isso dói em mim...
não sou ela, mas saber que ela sofreu dói em mim.
não sou a criança, mas carrego toda a frustração e também choro.
e parece que as lágrimas são infinitas...
e Tom retumba no meu ouvido dizendo que 'tristeza não tem fim'... e quem sou eu pra dizer o contrário??...
eu que carrego a tristeza, a frustração, a dor e uma ausência multiplicada?
...e o que disserem meu pai não esperou por mim.

5 comentários:

  1. Arrepiada!
    Isso é música, Nálivia... pura música.

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  2. nossa, que parada maneira!! pow. muito maneiro mesmo. não sei porque, mas doeu aqui também. talvez por falar de relação pai e filho, tristeza e alegria. coisas que nos fazem refletir sempre.

    abraço.

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  3. Oi,linda

    Realmente é de sangrar!

    Tb acredito em Tom.....tristeza não tem fim....só se esconde às vezes..!

    Beijos

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  4. é..dói..
    uma dessas bem lá no fundo que toma conta do corpo inteiro..
    quem nesse mundo poderia desmintir Tom?..acho que não há ninguém assim..

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  5. Uma veia dramatica?risos.
    Não sei o que anda acontecendo mundo afora, sei que minhas amigas estão em plena metamorfose.
    Beijinhos MM

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